quarta-feira, 9 de julho de 2025

Camocim: Construtor invade área reservada para avenida e poder público fecha os olhos.

Há muito tempo, escuta-se, principalmente de moradores, que Camocim já deveria ter sido reconhecida pelo seu potencial turístico e, sobretudo, pelo crescimento do mercado imobiliário voltado a investidores. Porém, essa pauta sempre entra em choque com as dificuldades e deficiências percebidas ao chegarmos à entrada da cidade, à beira-mar, ao trafegarmos pela Avenida Marilago e ao caminharmos pela orla do Lago Seco — experiências que deveriam ser marcantes por suas belezas naturais e por um povo alegre e acolhedor, o camocinense. Em vez disso, deparamos-nos com o descaso da gestão pública municipal, seguido pela omissão de muitos que se acomodam em vez de lutar por mudanças.

É nesse cenário que, mesmo com tantas adversidades, vemos investidores de outras cidades, estados e até países se encantarem com nossa paisagem e decidirem que este é o lugar onde desejam estar, viver e investir... na esperança de que, um dia, o mundo conheça o potencial do turismo ecológico regional, na terra de um povo que gosta de receber a todos e de mostrar como é lindo o nosso Camocim!

O mínimo que esperam quem visita a cidade ou vem para morar nela é que, independentemente da gestão pública, seus habitantes cuidem, amem e preservem o lugar, zelando para que o crescimento ocorra da maneira correta e evitando os erros de outros municípios que cresceram de forma desordenada, sem pensar no futuro de uma cidade viva, que só expande a cada dia.

Observando com olhos críticos — porém preocupados — temos presenciado situações tão inusitadas que chegam a ser inacreditáveis, mas são reais. Algo que tem incomodado moradores, investidores, empresários, construtores, corretores e outros é a atitude de um cidadão camocinense que se intitula “construtor”. Dele se esperaria um anseio por avanço, crescimento saudável e desenvolvimento urbano em benefício de toda a comunidade. No entanto, suas ações têm sido contrárias a essa essência.

Há quase 16 anos, um estrangeiro chegou à nossa cidade e comprou de uma família tradicional uma área na região da Praia do Olho d’Água. No desmembramento, ficou estipulada uma via de acesso permanente de 13 metros de largura. Todos os adquirentes posteriores à compra deveriam mantê-la para garantir o fluxo futuro previsto para a região. Essa via foi registrada em cada escritura até a área de marinha (frente-mar).


Em 2023, um investidor do Centro-Oeste do Brasil adquiriu uma dessas áreas e, sem apoio financeiro, terraplanou e pavimentou a via, adicionando piçarra para melhorar o acesso. Nasceu ali o primeiro condomínio de lotes de Camocim — um empreendimento de alto padrão que valorizou imensamente a cidade. A pavimentação atraiu outros investidores, embora não se saiba até que ponto foram cumpridas aprovações ambientais, municipais ou cartoriais. Até agora, nenhum registro de incorporação, exceto o do condomínio, foi apresentado. Ainda assim, um lote comprado pelo mencionado “construtor” teve sua obra residencial iniciada invadindo cerca de 4,5 metros da via preservada por mais de 15 anos.

Enquanto ninguém havia identificado a irregularidade, não havia discussão. Contudo, ao ser alertado, o construtor mostrou completo descaso: recusou-se a regularizar a obra e a desobstruir a via, mantendo o desrespeito ao limite estipulado.

Até o momento, a construção prossegue, sem providências do construtor ou dos órgãos de fiscalização municipal. A via ficou com um desvio de aproximadamente 4,5 metros, prejudicando o fluxo de veículos e pedestres a curto prazo. Com essa omissão, quem perde não são apenas os proprietários e investidores da região, mas todo o povo de Camocim, pois sua aceitação daria precedente a inúmeras irregularidades, presentes e futuras, em nosso município.


Jornalismo @miqueiasradio

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